segunda-feira, 4 de julho de 2011

Capítulo 2

POV Meredith Ivashkov

Algo me dizia que minha estada na Corte Real não seria nada fácil, apenas aquele breve encontro com a minha protegida e a Rainha me provaram isso. Eu teria que ser muito cuidadosa com meus atos, para assim preservar a reputação que... tenho. Afinal nem posso dizer que a minha reputação foi construída com o passar dos anos, tenho apenas 20 anos, sou quase uma recém formada dampira. Minha reputação me persegue desde os meus 14 anos, onde participei, contra a minha vontade, de um pequeno incidente com um bando de Strigois, que por milagre eu sai sem muitas sequelas.
Assim que saí do salão, após minha pequena reunião com a Rainha, um dos guardiões veio ao meu encontro e se ofereceu para me mostrar o local. Conheci brevemente a Corte, já que o lugar era muito grande, parecia uma mine cidade, lojas, cafés, academias de ginástica, prédios para visitantes, dormitórios, alas reais e alas dampiras, até um Spa tinha.
Depois desse breve reconhecimento do local onde eu moraria por tempo indeterminado, retornei ao meu aposento. Dei uma boa olhada no quarto que me deram, era grande e espaçoso, muito bem arejado também, e eu tinha um banheiro só meu. Isso era algo bom, mas não me deixei impressionar muito, afinal eu estava na Corte Real Moroi.
O guardião Castile além de me mostrar e me informar sobre o enorme terreno da Corte, também me deixou a par de algumas regras e das rotinas dos guardiões reais. Era nisso que eu estava pensando enquanto estava sentada em cima de minha cama, analisando a ficha técnica da Princesa Vasilisa Dragomir.
A vida da princesa era interessante, seus pais e irmão foram mortos em um acidente de carro. Ela não se especializou nos elementos tradicionais, mas sim num quinto elemento, chamado Espírito. Consegue curar pessoas e animais. Fugiu da escola por dois anos com sua melhor amiga Rose Hathaway. Parei aqui, esse nome não me trazia boas recordações... Olhei para o relógio, era meia noite, e eu estava faminta. Ainda tinha uma boa quantidade de horas até o horário de dormir.
Me levantei e fui trocar de roupa, depois de passar no refeitório e comer, eu ia treinar um pouco. Aquecer os músculos me ajudaria a dormir melhor e eu precisava ir dormir mais cedo hoje, a viagem até a Corte foi longa e amanhã eu tinha que estar de pé bem cedo por causa dos horários da princesa.
Tirei a roupa que eu estava vestindo e coloquei uma calça e mais duas blusas antes de por o conjunto de moletom de calça e casaco com capuz. Mesmo assim não seria o suficiente para me aquecer, a Corte Real ficava na Pensilvânia e fazia muito frio lá fora.
Vestida, saí do meu quarto e corri, para me aquecer um pouco também, até o refeitório. Nem preciso de dizer que eu era a única com moletom, afinal a grande maioria dos guardiões ali presentes estavam de serviço e pararam apenas para almoçar.
Senti alguns olhares em mim enquanto eu pegava a minha comida e me sentava numa mesa para comer. Fiquei surpresa ao constatar logo depois que o guardião Castile, aquele me mostrara parte do prédio um pouco mais cedo, sentou-se ao meu lado acompanhado de mais dois colegas de trabalho.
Olhei a minha volta antes de encará-los. Havia apenas uma meia dúzia de guardiãs ali, para mais de vinte guardiões. Provavelmente 90% dos guardiões da corte eram homens e isso se devia ao fato de que cada vez menos mulheres dhampirs se tornavam guardiãs.
Os dampiros surgiram da união entre Moroi e humanos, mas infelizmente dampiros não podem reproduzir uns com os outros. Com tempo foi descoberto - já que a relação com os humanos diminuiu até se tornar o que é hoje, ou seja, nula – que Dampiros e Moroi puros podiam ter filhos juntos, seus filhos nasciam comuns, metade humanos e metade vampiros. É eu sei... Nossa genética é estranha.
Com a relação entre humanos e Moroi se tornando cada vez mais escassa, os dampiros começaram a sentir necessidade de estar sempre perto dos Moroi, assim assegurariam a sobrevivência de sua raça. Dessa forma, tornou-se cada vez mais importante fazer com que os Moroi sobrevivessem, e como os Strigoi adoravam sangue Moroi, só restava uma alternativa para nós dampiros, lutar e proteger os Moroi dos Strigoi.
Foi assim que o sistema de guardiões foi criado. Por sermos metade humanos e metade vampiros, erámos muito mais resistentes. Herdávamos sentidos e reflexos vampirescos aguçados, e grande força e resistência humana. Não podíamos fazer magia como os Moroi, mas também não éramos limitados pela necessidade de sangue ou por problemas com a luz do sol.
Tudo isso indicava um equilíbrio na sobrevivência Moroi e Dhampir, mas não era algo realmente feliz, era algo apenas necessário. Moroi na maioria das vezes preferem ter crianças Moroi, por isso não se encontravam muitos romances duradouros entre Moroi e Dampiros. Mulheres Moroi dificilmente se relacionavam com homens dampiros, mas diversos jovens Moroi gostavam de ter namoricos com mulheres dampiras, apesar dos namoricos, dificilmente eles se casavam com elas, preferiam casar-se com uma mulher de sua própria espécie.
Por causa disso, muitas mulheres dampiras preferiam não se tornar guardiãs para poderem criar os seus filhos. E assim, quase todos os guardiões eram homens, eles aceitavam o fato de que não teriam filhos e deixavam a procriação a cargo de suas irmãs e primas, enquanto eles protegiam os Moroi.
Sabendo disso, não foi um espanto pra mim constatar a pouca quantidade de guardiões do sexo feminino ali presente. Após minha rápida varredura do aposento com o olhar, olhei a minha frente. O guardião Castile tinha cabelos escuros e enrolados, olhos profundamente negros também, ao seu lado estavam dois guardiões, um loiro de olhos castanhos e um moreno claro de olhos verdes muito sorridente.
_ Olá senhorita Ivaskov, espero que não se importe de nos sentarmos aqui. Não há muitos lugares vagos e... Bom, não achei adequado deixar a senhorita comer sozinha. – Castile disse quando eu olhei para ele. A verdade era que eu me importava sim, não queria bater papo e muito menos fazer amizades. Soltei um longo suspiro silencioso e dei de ombros, não ia facilitar o diálogo.
- Er... Esses são os guardiões Aylesworth – Começou ele um pouco confuso pela minha falta de diálogo, apontando para o loiro ao lado dele, que disse oi de má vontade – E este é o guardião Shevardnadze – Então o moreno sorridente, advinha? Sorriu mais ainda pra mim.
Olá... – eu murmurei olhando para o meu prato e enchendo minha boca de comida.
- Vai treinar? – perguntou Shevardnadze com curiosidade.
- Vou sim, é sempre bom treinar, manter a forma, a força e aperfeiçoar os golpes. – eu disse com minha voz monótona e séria, logo que engoli minha comida e tornei a encher a boca novamente. O guardião concordou comigo e a partir daí eles começaram a conversar sobre golpes. Quando terminei de comer e me virei para ir embora, ouvi alguns assobios e me virei.
- Então é mesmo verdade! Você possui uma marca Zvezda na nuca, o que significa que você matou um número incontável de Strigoi! – Disse Aylesworth um pouco espantado e até mesmo desacreditado, acho que ele não acreditava muito em minha reputação. Eu fiquei sem graça com aquilo e instintivamente levantei minha mão direita e a passei por cima da marca Zvezda na minha nuca.
- Sim é verdade... Com licença, preciso ir. – Respondi rapidamente num tom sério e brusco olhando-o nos olhos, antes de me virar e sair dali o mais rápido possível, antes que surgissem perguntas sobre a história da minha reputação.
O tempo lá fora castigava a minha pele, subi o capuz, apesar da boa iluminação dos prédios, ainda estava muito escuro, claro, afinal vampiros viviam na noite. Os Moroi eram sensíveis ao sol e por isso suas atividades aconteciam no horário da noite.
Lembrava claramente do guardião Castile mencionar um ginásio um pouco afastado do meu dormitório que quase ninguém usava, justamente por ser afastado, o que era perfeito pra mim. Iniciei a minha corrida até o ginásio.
Chegando lá, abri a porta com cuidado e constatei com alívio que realmente não havia ninguém por ali. Entrei e olhei ao meu redor. Era grande, espaçoso, colchões e pesos por todos os lados. Dei uma olhada nos armários, eles tinham todos os equipamentos de treinamento de luta possíveis, fiquei admirada.
Comecei a me alongar para aquecer e não distender nenhum músculo. Peguei alguns pesos e comecei a fazer exercícios numa ordem aleatória. Em poucos minutos eu já estava dando socos e chutes pelo ar. Deitei no colchão para descansar um pouco e logo comecei alguns exercícios mais relaxantes e menos bruscos. Não sabia que horas eram, mas tinha prometido que ia dormir mais cedo, então levantei-me e saí do ginásio.
Caia uma fraca garoa quando eu saí do edifício e comecei a correr de volta ao meu dormitório. Parei arfante em minha porta e abri. Meu queixo caiu quando olhei para dentro do meu quarto. O cheio de flores inundou as minhas narinas e o que eu via eram flores vermelhas para tudo que era lado.
Entrei no aposento, ainda de boca aberta, e fechei a porta atrás de mim. Flores na minha cama, flores nas mesinhas de cabeceira, flores na penteadeira, flores espalhada pelo chão e então um buquê muito bonito repousava sobre o um dos travesseiros. Me aproximei, eu não sabia o que pensar, será que aquilo era uma pegadinha?
Olhei para o buquê, havia um cartão preso nele. Estendi minha mão e o peguei. Li e quase comecei a rir, não podia ser. Aquilo só podia ser uma BRINCADEIRA.
Escrito em letras douradas no cartão branco estava a seguinte frase: Tulipas vermelhas significam amor eterno, não posso lhe jurar amor eterno, mas lhe juro devoção eterna. Seja bem vinda guardiã ruivinha.
Adrian Ivashkov

sábado, 2 de julho de 2011

Capítulo 1


POV Adrian Ivashkov

Eu ainda não havia bebido nada hoje, e estava com uma tremenda dor de cabeça. Via auras por tudo que era lado. Lissa ao meu lado estava apreensiva. Finalmente ia conhecer o seu guardião. Algo me dizia que seu nervosismo maior era por que teria que ficar frente a frente com a rainha Tatiana, minha tia-avó.
Peguei um de meus cigarros de cravo e o ascendi. Sorri quando dei a primeira tragada, sentindo o poder calmante da nicotina misturada com cravo penetrando em meu organismo. Agora sim eu ficaria mais calmo, após a pequena reunião com a Rainha eu ia para o bar tomar uns drinques, ficar muito tempo sem bebida não era legal.
Adentramos o salão, Lissa nervosa e eu super-relaxado, me larguei no sofá enquanto ela se sentava de forma elegante ao meu lado. Esperamos alguns singelos minutos e então a Rainha Tatiana e sua conselheira Priscila Voda apareceram.
Tatiana me pareceu um pouco inquieta e não tirava aquela expressão de realeza tirana do rosto por nada. Trocou algumas palavras a mais com sua conselheira antes de vir nos cumprimentar.
- Irei logo ao ponto com vocês, não tenho tempo a perder. Estamos esperando um novo guardião chegar, o voo está atrasado por conta do mau tempo, mas acredito que logo ele estará aqui. – a rainha disse sem mais delongas e se sentou em uma poltrona um pouco mais afastada de nós para tratar de seus assuntos governamentais com Priscila.
Minha tia-avó não estava nada feliz com esse atraso, dava para ver pela sua expressão. Lissa ao meu lado parecia estar receosa, terminei de fumar meu cigarro e passei meu braço em volta de seus ombros.
- Ei relaxa, aposto como a Tatiana escolheu um guardião legal pra você, além de muito competente é claro. – lancei um de meus melhores sorrisos e pisquei pra ela. Como era de se esperar ela me olhou e deu um fraco sorriso. Eu suspirei frustrado. – Ah qual é, Lissa? Eu sei que não é a Rose, sei que você está preocupada com ela e que se sente traída. Mas a Rose é durona e é uma das melhores guardiãs que eu conheço, tenho certeza de que ela está bem. E ela não traiu você. Você sabe que ela teve os seus motivos...
- Sim eu sei... Mas é difícil pra eu aceitar, Adrian. A Rose é minha melhor amiga, sempre esteve ao meu lado. Sempre me protegeu, sempre foi a minha guardiã... Sinto falta dela...
Eu a abracei com mais força tentando consolá-la, mas a verdade é que eu também sentia falta da Rose. Esperamos por mais alguns instantes, eu já estava entediado, até que um guardião veio falar com a Rainha.
- Finalmente! Mandem-na entrar. – disse Tatiana se levantando e vindo em nossa direção.
A Rainha parou em pé ao lado do nosso sofá, bem no momento em que... Bem... Apesar de não ter bebido nada ainda, acho que estava sonhando, ou viajando legal, pois, o que eu estava vendo na minha frente era uma deusa em todos os sentidos da palavra, e com um cheiro totalmente inebriante.
As portas se abriram e por elas uma guardiã fantástica entrou. Ela era alta para uma dhampir, devia ter 1,75 de altura. Usava uma calça que parecia ser de couro preto, bota cano longo preta, uma blusa de gola alta branca e um sobretudo preto pesado. As formas de seu corpo eram esculturais. E suas roupas marcavam bem suas curvas. Se eu achava a Rose bonita, essa guardiã era um pouco mais.
Seu cabelo tinha um tom de vermelho bem escuro, e estava preso numa espécie de coque com algumas mechas soltas. Ela tinha um ar firme, forte, sério, misterioso. E tinha muita classe, se curvou graciosamente ao cumprimentar a rainha.
Tatiana a olhou de cima abaixo, tentando conter aquela expressão de repugnância que sempre reservou para as guardiãs dampiras. Acredito que até mesmo ela tinha que concordar que a garota tinha presença. Sua aura emanava força e poder num tom avermelhado. Foi então que eu notei e pisquei boquiaberto, não tinha percebido, em torno de sua aura havia uma sombra negra igual à de Rose. O que será que aquilo significava? Será que ela também foi beijada pelas sombras?
Não tive muito tempo para descobrir, estava me recuperando desse pequeno choque, quando a rainha falou, e o que ela disse me surpreendeu ainda mais.
- Seja bem vinda, guardiã Meredith Ivashkov. – disse Tatiana numa tentativa quase falha de parecer gentil e feliz com a presença da dampira.
- Cof... Cof... Como? – eu disse engasgando, boquiaberto com o sobrenome. – Ivash... Ivashkov?
- Sim Adrian, Ivashkov... Ela foi criada por seu pai Moroi e foi ele quem a registrou. – me respondeu a rainha, claramente de má vontade.
Pelo visto ela não aprovara o fato de um Moroi da realeza registrar com seu sobrenome uma filha dampira. Isso me deixou absurdamente curioso, eu nunca tinha ouvido falar num dhampir registrado com sobrenome Moroi e o principal, eu nunca tinha ouvido falar naquela guardiã.
- Hum... Interessante. E como eu nunca ouvi falar nela? Eu tenho conhecimento sobre a grande maioria dos guardiões, principalmente os guardiões reais. – eu não deveria estar insistindo no assunto, mas eu precisava saber.
- Tenho absoluta certeza de que o senhor, meu sobrinho-neto, deve ter sim ouvido falar na senhorita Ivashkov. Ela é muito conhecida por seus feitos fantásticos. Ela matou um número incontável de Strigoi quando tinha apenas 14 anos, e matou muito mais depois de que se formou. Os outros guardiões a chamam de flacără.  – a rainha disse, dando o assunto por encerrado.
Sim, era verdade. Eu já havia ouvido falar nela. Ela era incrível, possuía uma reputação incontestável apesar da pouca idade. Todos os guardiões a respeitavam, ela era uma lenda entre os dampiros. E realmente seu nome não era algo público, acredito que apenas os mais próximos deviam realmente saber o seu sobrenome. Flacără quer dizer chama em romeno.
A observei atentamente, provavelmente o título que lhe deram era devido ao seu cabelo vermelho. Ela devia ser devastadora em combate, só de olhar para sua postura ali na frente da rainha, ouvindo falarmos dela como se ela não estivesse ali, e ela ali com uma atitude, uma postura, totalmente profissional, fingindo não estar ouvindo enquanto não lhe era dirigida a palavra... Céus! Ela era fantástica! E claro, era um nome sugestivo... Chama em romeno, ela provavelmente era quente. Não consegui evitar lançar um sorriso torto e malicioso em sua direção ao pensar isso.
Logo me recompus, se a minha tia-avó desconfiasse de algum tipo de atração minha em relação à guardiã... A ruiva estaria perdida. Desviei o olhar para Tatiana que já recomeçava a falar.
- Senhorita Ivashkov esta é a Princesa Vasilisa Dragomir, sua protegida. É ela que a senhorita ira guardar e proteger, enquanto estiver na Corte protegerá meu sobrinho-neto Adrian Ivashkov também, pois, os dois andam sempre juntos e participam das mesmas reuniões, quando estiverem separados é com Vasilisa que deves ficar. – começou minha tia-avó num tom professoral. Ela a olhava diretamente, de forma séria e penetrante. E eu estava ficando louco com aquela guardiã, ela ainda mantinha uma postura imponente ouvindo cada palavra proferida ali e ainda eu estaria sendo protegido por ela também, não consegui conter um sorriso ao ouvir isso.
- Vasilisa, esta é Meredith Ivashkov, sua guardiã. As duas tem exatamente duas semanas para se adaptarem uma a outra. – dizia ela agora se dirigindo a Lissa também. – O primeiro semestre da princesa Dragomir na faculdade irá começar e a senhorita deverá estar sempre com ela. Vamos matriculá-la nas mesmas matérias que a princesa e tudo que Vasilisa precisar comprar, será comprado para você também. – Lissa claro, não estava gostando muito disso, já que a ideia original era ir para a faculdade junto com Rose e foi exatamente isso que a fez erguer a mão para se pronunciar. – Com sua permissão, alteza. Mas... Não vejo porque a guardiã Ivashkov tem que fazer as mesmas matérias que eu, acho que ela deveria ter o direito de fazer algo que goste.
Eu olhei espantado para Lissa, não tinha me acostumado ainda ao fato dela não se importar em discordar da rainha. E eu não era o único a estar surpreso, acho que minha tia-avó também não havia se acostumado a isso ainda, o tom de voz dela na resposta deixava bem claro que não iria haver discussão sobre isso. – Vasilisa o motivo é bem simples, ao fazer as mesmas matérias que você, a guardiã estará mais próxima e assim poderá protegê-la melhor, não posso me dar ao luxo de deixa-la desprotegida nem por um segundo quando estiver fora da corte. Portanto a guardiã não apenas irá para a faculdade com você, como também fará as mesmas matérias, dessa forma ela não a perderá de vista em momento algum. E... – a rainha voltou o olhar para a guardiã e olhou de cima abaixo com superioridade, o que me deixou um pouquinho incomodado. – A senhorita deverá ter boas notas para que passe nas matérias e siga o curso junto com Vasilisa.
Apesar do cortante da rainha, Meredith Ivashkov se curvou graciosamente, em um belo gesto de entendimento. – Sim senhora majestade, não falharei com minhas obrigações de guardiã e não apenas protegerei a princesa, como também obterei notas altas o suficiente para me graduar no curso. – Ao ouvir aquela voz, não consegui mais desgrudar os olhos da bela figura que era a ruiva. Uma voz tão profundamente sensual, séria, profissional... Minha mente já estava a mil, como seria um sussurro naquela voz? Oh céus! Imagina um gemido. Ok... Meus pensamentos agora estavam indo longe demais. Balancei a cabeça levemente, afastando aqueles pensamentos.
Que bom que entendeu guardiã Ivashkov, está dispensada agora. Terá o dia de hoje para se alojar e ficar a par de seus horários. Apresente-se amanhã a senhorita Dragomir e a acompanhe o resto dia. Lembre-se de que precisam se adaptar uma a outra. – Tatiana até tentou ser simpática, mas sua pompa de realeza não deixou. Ela sabia que a guardiã provavelmente já estava a par de tudo, mas mesmo assim queria deixar tudo bem explicado, para que não houvesse falhas.
Meredith Ivashkov fez uma nova reverência e se retirou. Observei a sua estonteante figura se afastar e sair pelas grandes portas do salão atentamente. Seu andar era firme, mas era uma mulher, não conseguia dar ao menos uma leve rebolada ao andar, e aquela firmeza toda em seu rebolado me deixou maluco. Foi então que uma ideia me ocorreu. Um largo sorriso surgiu em meus lábios, era a ideia perfeita.
- Sabe minha cara tia-avó, eu também quero ir para a faculdade. E não se preocupe, apenas me matricule que ao chegar lá eu mesmo escolho as minhas matérias. – disse isso e saí do salão, deixando Lissa, Tatiana e Priscila me olhando com surpresa, provavelmente, já que não olhei para trás. Ir para a faculdade com uma guardiã gostosa ajudando em minha proteção seria interessante.

Prólogo


N/A: Olá caros amigos e leitores, estou viciada na série Vampire Academy e como ando bem inspirada resolvi escrever esta fic. Espero de coração que gostem, pois, está sendo maravilhoso para mim escrevê-la. 

Eu estava cercada por um bando de Strigoi, deviam ter uns dez a minha volta, fora os que estavam em outros cantos e andares da velha casa. Atrás de mim jazia um corpo no chão, um corpo Moroi, o corpo do meu pai. Eu respirava com dificuldade, estava assustada e cansada, sabia que ia morrer, mas nunca, jamais, sem lutar, sem levar para o além o maior número de Strigoi possível junto comigo.
Eu tremia de raiva e medo, observando aqueles olhares frios e famintos pra mim. E então eles partiram para o ataque, todos de uma só vez. Eu girei 360º mandando socos e chutes para todos os lados. Eu sabia que não haveria como eu escapar viva disso, mas ia morrer lutando.
Um deles levantou meu pai do chão e lhe mordeu o pescoço. Eu gritei, horroriza e parti para cima daquele ser asqueroso. Mas outro me acertou em cheio no quadril e mais outro nas pernas, eu caí no chão frio. E quando senti aqueles dentes em meu pescoço, eu soube. Soube que estava tudo acabado.
Eu deveria ter aceitado a minha morte de forma passiva, já que não havia mais motivo para continuar viva, e eu já sabia que ia morrer. Mas algo dentro de mim despertou, um animal selvagem e sedento por sangue surgiu em meu peito e eu rosnei. Sentia os dentes rasgando a carne do meu pescoço, olhei para o lado trincando os meus próprios dentes e vi meu pai ao meu lado. Coberto de sangue e com um olhar vazio. Gritei novamente. Gritei de dor. Gritei de fúria.
Senti uma mão no meu ombro. Uma voz chamava o meu nome.  E então eu abri os olhos. Estava dentro do avião da Corte Real. Uma aeromoça Moroi estava ao meu lado com um olhar levemente preocupado e cheio de compaixão. Foi apenas um sonho. Disse a mim mesma.
- Está tudo bem? – me perguntou ela de modo gentil.
- Sim, tudo bem. Apenas tive um sono agitado. – eu disse em um tom educado, minha voz saiu rouca pela falta de uso e pela sensação que agitava todo o meu interior por conta do sonho, por alguns instantes eu achei que ainda estava dentro daquela casa.
A aeromoça sorriu e disse que já estávamos chegando e voltou para seu assento. Reclinei-me em minha poltrona e soltei um leve suspiro. Aquele sonho, aquela lembrança sempre me perseguia. Eu precisava me focar agora, eu seria a guardiã da princesa Dragomir. Olhei pela janela, eu estava muito longe de casa... O avião pousou.